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Alvorece o período eleitoral, e com ele, ao menos para meu entendimento, emergem coisas e fatos que nada apresentam de novo. Pelo contrário.
Tenho, cá comigo, que as candidaturas assim como o eleitorado, há muito deram vez ao mercantilismo a eivar os pleitos, cada vez mais carregados com as cores comerciais, desde a forma e o conteúdo das campanhas, até os fatores relevados no ato da escolha. O douro em discursos de intenções regadas de problematizações sobre aquilo que todos conhecem e enfrentam por um lado, conjugado, por outro, ao aceite do mais bem e oportunamente apresentado durante um curto período de sedução que insistimos em denominar de campanha.
E ao referir sobre mercantilização, comercialização do processo, sopeso o fato de que tal qual a louvável atividade milenar privada, hoje, mas não só de agora, pretenso mandatário diz o que o eleitor quer ouvir, no mesmo passo em que lá, secularmente, se vende o que o consumidor quer comprar, e nunca o contrário. E assim, renasce a cada biênio uma simbiose quase que pactual a, invariavelmente, resultar em frustração, ali na frente, por quem comprou a ideia, ou o produto, como queiram.
E é só neste aspecto que vejo razão na comparação entre comércio e regime democrático de escolha política, pois tão descabidas as suas misturas que o primeiro, por estar em seu lugar, nem de longe causa as mesmas vicissitudes que o segundo, ao passo que entrega exatamente o que foi buscado. Não por acaso vigora o entendimento de que discurso de campanha é uma coisa, e exercício de mandato é outra bem diferente. Pobre de quem não sabia. Aliás, nem este direito, o de não saber, lhe é exercível, pois coisa de romântico.
A feira livre que logo estará montada, pródiga em laranjas de amostra na qualificação gauchesca não nos pegará desprevenidos, inconscientes, incautos ou vulneráveis. Pelo contrário, saberemos bem quem dali emergirão artigos falsificados, perecidos como, é claro, aqueles de natureza, qualidade e eficácia até beneficamente surpreendentes.
Auxiliaria muito na análise e na aquisição um mínimo de franqueza por quem oferece, como criteriosa e responsável avaliação por nós, os que de sacola nas mãos a percorrer seus corredores, a saber onde e como nos pode falhar, ou desagradar, logo, aquilo que nos é mostrado com tanto esmero e com tão maravilhosas aparentes propriedades.
A Santa Maria, que arrecada como cidade pequena, mas que tem desafios de cidade grande, normal e inarredavelmente precisa elencar prioridades para bem aplicar seus recursos parcos e, desta forma, relegar a segundo plano um ou outro setor, sobremaneira agora nestes tempos excepcionais, de limitações aguçadas e imprevisíveis. Isto traria mínima consciência a quem adquire, ou vota, e portanto menor desgaste a quem estará norteando o futuro conterrâneo.
Agora, cuidado com os que, outra vez, como se tudo estivesse normal, vierem com as soluções quiméricas alicerçadas na criatividade, novos modos de gestão e etecetera e tal, sem apontar onde os sacrifícios serão mais sentidos. Fujamos de adquirir gato por lebre.